Por mais abundante que a água potável seja em algumas regiões do Brasil, a captação e uso dessa água gera um custo alto no dia a dia. Muitas pessoas não sabem, mas a água da chuva é um recurso natural que pode ser utilizados em diversos usos domésticos, e que cai do céu! O tratamento dessa água é simples e ela pode ser utilizada para lavar calçada, irrigar plantas e outras funções onde não precisamos usar água tratada.
Isso quer dizer que usar água de chuva tem um custo muito baixo, o que é bom para o seu bolso. Está cada vez mais comum o interesse no aproveitamento da água da chuva, mas também em compreender o processo. Por isso, para explicarmos melhor, trouxemos algumas curiosidades.
Como funciona o aproveitamento?
Existem diversos modelos, desde os mais simples aos mais complexos, dependendo de como e o quanto será utilizado.
Para começo de conversa, é importante chamar um profissional que tem experiência em montar um sistema de captação e uso de água de chuva. Dependendo da região, o uso de água de chuva ainda é um conceito recente e poucas pessoas sabem como fazer a instalação. Existem empresas especializadas na área que podem auxiliar o instalador em todas as etapas
As calhas irão direcionar a água da chuva até a cisterna, onde a água ficará armazenada. Antes do ponto final, é importante ela passar por um filtro a fim de evitar que folhas e outras sujeiras da calha se misturem no sistema. Existem modelos de filtro no mercado fazem que desde a separação da sujeira até a coleta e separação da primeira água. Recomenda-se que essa primeira água, após 15 minutos de chuva, deve ser descartada. Depois desse período de chuva é que a água deve ser armazenada.
Entre os modelos de cisternas, existem as verticais e as horizontais. Estas devem ser posicionadas de forma a água cair por gravidade para ser armazenada. É importante dimensionar a cisterna a fim de acumular a maior quantidade de água de chuva possível para uso posterior de acordo com o volume de chuvas da região.
Para fazermos uma conta rápida do tamanho do reservatório, vamos calcular o volume de água para molhar um jardim de 50 m². De acordo com alguns dados*, considera-se que um jardim utiliza 2 litros de água por dia por metro quadrado. Assim, esse jardim requer 100 litros de água por dia. Se for molhar o jardim por 20 dias, e considerando que não chova nesses 20 dias, o reservatório precisará ser de 2000 litros de água.
Para cada uso, o volume de água considerado muda. Para lavar-se o carro, considera-se 150 litros por lavação, por exemplo.
Como saberei que depois da primeira água da chuva, o resto estará limpo?
No trajeto do telhado até a cisterna há diversos filtros, justamente para que esses resíduos sejam “peneirados”. O Filtro grosseiro coleta os resíduos sólidos (galhos, folhas…). O Filtros de areia é focado nos contaminantes presentes na água bruta. E há casos que também possuem o Filtro desferrizador, que remove o ferro e o manganês presente na água.
- Lembrando sempre que a água estará limpa para uso doméstico, não para consumo. Para consumo segue-se com água potável.
Os prédios podem também coletar água de chuva?
Essa é outra curiosidade comum. E a resposta é simples: Sim!
O funcionamento é praticamente o mesmo, as telhas fazem a coleta até a cisterna, que filtrando leva ao coletor. Nos novos empreendimentos da Treze Incorporadora, o sistema de coleta e uso de água de chuva já são entregues junto ao condomínio!
Outra dica importante: Não use a água da chuva para lavar o vaso sanitário, pois este pode manchar. O sistema requer uma bomba pressurizada para manter a pressão na rede. Deve-se tomar cuidado com a cloração da água, limpeza da caixa e com a falta de água.
A água da chuva é 100% aproveitada?
Nada é 100% aproveitado, tampouco a água da chuva. Quando a água cai nas telhas, há uma perda. Seja por evaporação, autolimpeza, cair em outro local… E é por isso que há o Coeficiente de runoff.
Coeficiente de runoff ou Coeficiente de escoamento superficial é o grau de absorção da água pela superfície de precipitação. Ou seja, com ele você saberá a média em porcentagem do quanto será aproveitado. Em cada caso há um coeficiente:
Telhas cerâmicas: 0,8% a 0,9%
Telhas esmaltadas: 0,9% a 0,95%
Telhas metálicas: 0,8% a 0,9%
Telhas fibrocimento: 0,8% a 0,9%
Telhas PVC: 0,9% a 0,95%
Fonte: PLINIO, Tomaz 2009*
Então, vale a pena captar água de chuva?
Bom, vimos o quanto é válido aproveitarmos um recurso natural. Além disso, estamos economizando outro recurso mais valioso e que pode ser usado para fins mais nobres, a água potável.
Em países Europeus e também do Oriente Médio, a falta de água potável já é uma realidade alarmante. Inclusive, são países que já trabalham com aproveitamento há um bom tempo.
Na Alemanha, por exemplo, há instalações individuais subsidiadas pelos distritos. Mas não precisamos ir tão longe. No nordeste brasileiro há diversos lugares que realizam a captação da chuva. Contudo, em muitos destes, além da utilização doméstica, também é usado para consumo humano, pois nem sempre chega água potável.
Extra – ‘IPTU VERDE”
Além da economia e ajuda ambiental, ao instalar um sistema como esse você ajuda seu bolso de duas maneiras. Tanto pelo menor consumo de água potável, uma das principais intenções, mas também em políticas como “IPTU verde”.
São projetos criados pelos municípios para incentivar meios de aproveitamento, dando desconto no IPTU. Uma forma de incentivo àqueles que visam instalar cisternas e sistemas afins. Por isso, além de pesquisar como instalar, veja se na sua cidade não há algum desses incentivos.
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Até a próxima!
*TOMAZ, Plinio. Aproveitamento de água de chuva: para áreas urbanas e fins não potáveis. Sao Paulo: Navegar, 2009.